sábado, 9 de novembro de 2013

Orador turma 2013: Álisson Valentim de Freitas

De todos os pássaros que conheço o que mais atrai minha atenção é o João-de-Barro, ele possui a característica singular de construir seu próprio ninho, utilizando única e exclusivamente seu bico como ferramenta. Ao lado de sua fêmea, o João-de-Barro erguer uma estrutura abobadada com uma geometria perfeita. Ali, em seu ninho, sua morada, a fêmea coloca seus ovos, os pais alimentam seus filhotes, os aquecem, ouvem seus primeiros cantos e os instrue ao voo, abrem asas e vão dar início a um novo ciclo.
Por mais engraçado e distante que pareça, nossas atribuições se assemelham e muito com a desse pássaro arquiteto. Somos privilegiados por receber de Deus dons e talentos, ferramentas, capazes de atraí-lo para perto de nós. Não somos joões-de-barro, mas somos sacerdotes, construímos tabernáculos, construímos com nossa arte a habitação, a morada, o ninho de Deus entre nós.
Isso para mim nunca foi totalmente claro, nem ao menos sabia da responsabilidade em possuir um dom, um talento que vai além da apresentação em um palco, vai além do ‘abrir das cortinas’, da melodia de uma canção ou do movimento de um passo de dança.
Nossa vida é tão efêmera e infelizmente transformamos o inafiansável bem mais precioso que possuímos em uma efemeridade também, algo fulgás, que única e exclusivamente alimenta a nossa vaidade, assim cavamos mais fundo o buraco vazio que há em um coração com uma motivação torpe. Enganamos a nós mesmo. Quantos vivem assim dentro do ninho, ou melhor, dentro do corpo de Cristo que é a Igreja.
Hoje estamos aqui, não em uma formalidade qualquer, mas para acima de tudo agradecer a Deus por ter aberto nossa visão para o que ele quer de nós. Deus é magnânimo, nos surpreende a todo instante e o que vivenciamos durante os ultimo três meses é reflexo do seu imensurável amor por cada um de nós. Ele não quer que o nosso talento seja um buraco vazio, sem propósito. Ele quer nos fazer encontrar, nesse buraco vazio, o precioso tesouro que ele colocou em nossas vidas. E para isso ele contou com ajuda de um projeto maravilhoso, a Linha de Ensino do Ministério de Louvor e Artes da Igreja Batista da Lagoinha.
No nosso cotidiano cristão usamos tantos jargões típicos em nosso meio como, unção, glória, talento, dom e acaba que o verdadeiro significado de cada uma dessas palavras passa batido, proferíamos sem saber o poder que contém. Vocês, Coordenadores, líderes, professores, voluntários ajudaram não somente a lecionar uma lição, muito mais do que isso, vocês foram instrumentos abençoadores em nossa vida, elemento imprescindível para que a expectativa fosse superada. Aquelas poucas horinhas muita das vezes tão atribuladas devido o corre-corre do dia a dia se transformaram em um verdadeiro bálsamo, um oásis em nossas semanas, o espaço perfeito para o agir do Pai em nossos corações, em nosso caráter. Isto reflete não somente na vida ministerial, mas sobretudo no nosso lar, no trabalho e em todo convívio social. Afinal de contas nossa vida deve ser um infinito hino de amor ao Senhor, a bíblia que os incrédulos irão ler. Tantas outras histórias poderia relatar sobre esses dias, Deus cuidou tanto de nós! Conhecemos tantas pessoas, fizemos novas amizades, estreitamos os laços, nos sentimos Corpo de Cristo.
Há uma frase que diz o seguinte: ‘Deus está nos detalhes. ’ E foi isso que eu vivi com vocês. A atenção de Deus aos míninos detalhes para nos agradar. Ele é onisciente, sabe de todas as coisas e tudo faz cooperar para o nosso bem. Ele canta, dança, toca, molda, escreve, pinta, fala, sente... É o Autor da Vida, quem nos encoraja a voar, a construir tabernáculos, a preparar o altar para a sua adoração.
Que tudo quanto façamos seja para Glória d’Ele. Só assim seremos como árvores plantadas à beira de águas correntes, cujo o fruto dá no seu tempo certo. O fruto que quem está a nossa volta comerá! Essa é nossa função, nossa missão. Servir com artes, integrar pessoas, inspirar vidas...


Álisson Valentim de Freitas

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